Elevidys, um tratamento para distrofia muscular de Duchenne, é o medicamento mais caro autorizado no Brasil e um dos mais caros do mundo, com o governo definindo um preço base de 13,6 milhões de reais brasileiros. Comparado ao Zolgensma, que já foi o medicamento mais caro do país, esse preço é mais do que o dobro. Semelhante ao acordo fechado para o Zolgensma, o governo deve adotar um acordo de compartilhamento de risco com o produtor do medicamento, a Roche, para aliviar o custo exorbitante. [Leia mais: Terapia genética Elevidys chega ao Brasil e pode custar até 20 milhões de reais]
A escolha do preço foi feita em meio a uma ação judicial. O Governo Federal teria que pagar 1,2 bilhão de reais brasileiros pela cobertura do Elevidys em seu preço nos EUA de 2,8 milhões de dólares (17 milhões de reais brasileiros), de acordo com quase 70 ações judiciais movidas em 2024. O Juiz Gilmar Mendes ordenou recentemente o pagamento de pacientes sob liminares após o caso chegar ao Supremo Tribunal.
Com um desconto de 21.53%, o Elevidys agora será incluído no sistema público de saúde do Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), por 10,6 milhões de reais. Um acordo de compartilhamento de risco com a Roche provavelmente fará parte dessa cobertura, obrigando a empresa a perder uma parte do pagamento se o tratamento não fornecer resultados clínicos predeterminados. Essa estratégia é semelhante ao contrato de 2022 do Ministério da Saúde com a Novartis para o Zolgensma.
“Acredito que o compartilhamento de risco será adotado pelo governo daqui para frente. Considerando os cerca de 300 pacientes qualificados, o Elevidys pode custar aos sistemas de saúde públicos e privados 3,6 bilhões de reais por ano a 17 milhões de reais, de acordo com Denizar Vianna, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. “Em 2023, o programa de hemofilia atendeu 32.000 pessoas com um orçamento de 1,2 bilhão de reais.”
O preço do medicamento no sistema público foi fixado em 6,2 milhões de reais pelo acordo Zolgensma, com 20% pago à vista e o valor restante dividido em quatro parcelas anuais.
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