Nosso apelo à Anvisa: todas as crianças brasileiras com mais de 7 anos devem receber terapia genética Elevidys

A Anvisa e o Governo Brasileiro devem revogar imediatamente o limite de idade de 7 anos para a administração da terapia genética Elevidys desenvolvida para Distrofia Muscular de Duchenne. Ao tomar decisões sobre o futuro de crianças doentes e suas famílias, abandone essa política rigorosa imediatamente.

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética rara e limitante que afeta principalmente meninos, levando à fraqueza muscular progressiva e degeneração. A doença não tem cura, e as crianças afetadas geralmente perdem a capacidade de andar no início da adolescência e passam por complicações fatais quando chegam à idade adulta. À medida que o mundo continua a ver avanços na ciência médica, há uma esperança crescente para crianças com DMD, particularmente por meio da terapia genética. Um dos tratamentos mais promissores neste campo é o Elevidys, uma terapia genética projetada para tratar a DMD abordando a causa raiz do distúrbio.

No Brasil, no entanto, há uma barreira significativa que limita os potenciais benefícios de salvar vidas do Elevidys: a restrição de idade para sua administração. Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permite o uso do Elevidys apenas para crianças de até 7 anos, deixando muitas crianças que poderiam se beneficiar da terapia inelegíveis. Neste artigo, exploraremos por que esse limite de idade deve ser revogado imediatamente e por que todas as crianças brasileiras com DMD, independentemente da idade, devem ter acesso à terapia genética Elevidys.

Compreendendo a terapia genética Elevidys

Elevidys é uma forma avançada de terapia genética que visa restaurar a produção de distrofina, uma proteína essencial para a função muscular, mas ausente em indivíduos com DMD. Este tratamento inovador funciona fornecendo uma cópia funcional do gene da distrofina para as células musculares, permitindo que elas produzam a proteína distrofina. Como resultado, a terapia tem o potencial de interromper ou até mesmo reverter a fraqueza muscular progressiva característica da DMD. [Leia mais: Perguntas frequentes sobre Elevidys]

Embora os ensaios clínicos do Elevidys tenham se concentrado principalmente em crianças mais novas, a terapia mostrou-se promissora em interromper a progressão da doença quando administrada precocemente. É por isso que é crucial que todas as crianças com DMD tenham acesso a ela — não importa a idade. A intervenção precoce é essencial para prevenir danos musculares irreversíveis e maximizar os benefícios da terapia genética.

O limite de idade atual: uma barreira ao tratamento que salva vidas

A decisão da ANVISA e do governo brasileiro de restringir o Elevidys a crianças de até 7 anos gerou considerável preocupação de famílias, profissionais de saúde e defensores da pesquisa sobre DMD. A justificativa por trás desse limite de idade decorre de ensaios clínicos e dados coletados principalmente de participantes mais jovens. Embora seja compreensível que os protocolos de tratamento e as aprovações sejam frequentemente baseados em estudos científicos, o limite de idade não reflete a realidade da doença e os benefícios potenciais da terapia para crianças mais velhas. [Leia mais: Terapia genética Elevidys chega ao Brasil e pode custar até 20 milhões de reais]

DMD é um distúrbio progressivo e, à medida que a doença progride, a deterioração muscular acelera. Quando uma criança atinge a idade de 8, 9 ou 10 anos, ela já pode ter sofrido perda muscular significativa e comprometimento funcional. Restringir o acesso ao Elevidys com base na idade, em vez da progressão da doença, efetivamente condena essas crianças a um futuro de danos musculares irreversíveis, perda de mobilidade e qualidade de vida reduzida.

Nosso apelo à Anvisa: todas as crianças brasileiras com mais de 7 anos devem receber terapia genética Elevidys

Por que o limite de idade deve ser revogado

A distrofia muscular de Duchenne não segue uma linha do tempo específica para a idade

A DMD é uma doença altamente individualizada, e sua progressão é influenciada por fatores como a saúde básica da criança, a gravidade de sua condição e o momento das intervenções médicas. Embora crianças mais novas tendam a se beneficiar mais da terapia genética, isso não significa que crianças mais velhas ainda não possam experimentar melhorias significativas em sua condição. Na verdade, há indicações crescentes de que mesmo aqueles que são um pouco mais velhos podem ver uma redução na progressão da doença, se não uma reversão total de alguns efeitos da condição, se tratados com Elevidys a tempo.

Atraso no tratamento leva a danos irreversíveis

O impacto de atrasar ou negar a terapia genética é significativo. A natureza progressiva da DMD significa que quanto mais tempo uma criança fica sem tratamento, mais danos são causados aos seus músculos. Uma vez que as fibras musculares degeneram, elas não se regeneram, levando à perda muscular irreversível. À medida que as crianças envelhecem, suas habilidades funcionais diminuem drasticamente, e elas podem perder a capacidade de andar, respirar independentemente ou realizar atividades diárias básicas.

Se Elevidys estivesse disponível para todas as crianças com DMD, incluindo aquelas com mais de 7 anos, muitas dessas crianças se beneficiariam de uma redução na progressão da doença e uma melhora em sua saúde geral. A terapia poderia preservar a mobilidade e reduzir a necessidade de cuidados de longo prazo, o que não apenas melhoraria a qualidade de vida da criança, mas também reduziria a carga geral de assistência médica.

A ciência está evoluindo

A terapia genética é um campo que avança rapidamente, e os dados que dão suporte ao seu uso continuam a crescer. Embora os estudos iniciais do Elevidys tenham se concentrado em crianças mais novas, há um crescente corpo de evidências sugerindo que crianças mais velhas e até mesmo adultos com DMD ainda podem se beneficiar da terapia genética. Pesquisas e estudos de caso em andamento estão mostrando resultados positivos em pacientes tratados mais tarde no curso de sua doença e, portanto, o limite de idade deve ser reavaliado com base nos dados científicos mais recentes.

Considerações éticas: negando esperança às crianças

Do ponto de vista ético, negar acesso ao Elevidys com base na idade não é apenas cientificamente injustificável, mas também profundamente injusto para as famílias. Essas crianças precisam desesperadamente de tratamento, e limitar o acesso com base em um único fator — idade — corre o risco de privá-las da chance de viver uma vida melhor e mais longa. A decisão de restringir o acesso com base apenas na idade não leva em consideração o elemento humano — as crianças que poderiam se beneficiar desse tratamento e as famílias que esperam por um avanço que possa dar a seus filhos a chance de um futuro melhor. [Leia mais: Crianças brasileiras com mais de 7 anos e suas famílias pedem terapia gênica Elevidys à Anvisa]

O apelo à acção imediata

Solicitamos à ANVISA e ao governo brasileiro que revoguem imediatamente o limite de idade de 7 anos para a terapia genética Elevidys. A política atual não só está em desacordo com os mais recentes conhecimentos científicos sobre DMD e terapia genética, mas também nega às crianças brasileiras a oportunidade de se beneficiarem de um tratamento que pode alterar drasticamente a trajetória de suas vidas. Toda criança com Distrofia Muscular de Duchenne, independentemente da idade, merece a chance de receber este tratamento inovador.

Ao remover o limite de idade, podemos garantir que nenhuma criança seja deixada para trás na luta contra a DMD. Estamos convocando os formuladores de políticas, os provedores de saúde e a comunidade em geral a se posicionarem ao lado das famílias afetadas por esta doença devastadora e defenderem a disponibilidade imediata do Elevidys para todas as crianças com Distrofia Muscular de Duchenne.

Conclusão

A distrofia muscular de Duchenne é um diagnóstico devastador para as famílias, e a necessidade de tratamentos eficazes é urgente. A terapia genética Elevidys oferece um vislumbre de esperança, mas essa esperança não deve ser restringida com base em limites de idade arbitrários. Chegou a hora do Brasil reavaliar sua postura e garantir que todas as crianças, independentemente da idade, tenham acesso a essa terapia transformadora. É hora de colocar a saúde e o bem-estar das crianças em primeiro lugar e garantir que todas as crianças brasileiras com Distrofia Muscular de Duchenne tenham a oportunidade de receber a terapia genética Elevidys, assim que forem diagnosticadas, independentemente da idade.

Compartilhe este artigo com a Anvisa, o Ministério da Saúde do seu país, a associação que você segue, os políticos que você apoia, os pacientes com DMD ao seu redor e as empresas farmacêuticas.

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